sábado, 15 de setembro de 2012

(Des)Emprego

Eis o meu regresso!!

Ora então vamos lá dissertar sobre um dos temas que mais pesa na sociedade, além da crise, do Pedro Passos Coelho (carinhosamente apelidado cá em casa de Senhor dos Passos), da Troika, da Merkel e afins. No início deste blog eu era uma pessoa desempregada, lembro-me de ter feito um post que era mais ou menos como a minha vida em três parágrafos, no qual tinha nascido, crescido, estudado, trabalhado e estava desempregada! É verdade, tinha 22 anos, prestes a completar os 23, e estava desempregada… Felizmente foi sol de pouca dura. Cerca de um mês e meio depois, e de uns 20 CV’s enviados, lá fui chamada para uma entrevista (sim, apenas uma!) e fiquei com o emprego. Peço desculpa pelo lapso, emprego não, TRABALHO mesmo! No início tudo era bonito do alto dos meus 600€ de ordenado, finalmente estava a trabalhar e não era um estágio remunerado ou um call-center (como tinha sido desde que tinha acabado a licenciatura de Bolonha).

Mas o que raio uma Engenheira Química (lamento, técnica de engenharia… Bolonha apenas dá esse estatuto) faz numa empresa de metalomecânica?! Estranho não?! Quem me mandou a mim fazer um estágio remunerado numa indústria automóvel? Claro que só fui chamada para uma entrevista e logo em que empresa? Numa empresa que actua na indústria automóvel, claro!! Cargo: Assistente de Engenharia e Manutenção, que é como quem diz Secretária do Coordenador de Engenharia e Manutenção. No início não me importava minimamente pois considerava que a remuneração oferecida era mais que suficiente para o trabalho por mim desenvolvido. Meus caros, o pior veio depois… Mais trabalho, remuneração igual, descontentamento acrescido de trabalho na Universidade (lá tinha eu de ser abelhuda e meter-me no mestrado) and so on! Dois anos volvidos, tese acabada e apresentada e eis que surge a Bolsa de Investigação para Mestre num projecto FCT que parecia ter sido feita para mim! Tema: quaaaassseee o da minha Tese; Duração: 6 meses, prorrogável por 2 anos; Abono de bolsa: Um aumento significativo pelo qual valia a pena mudar! Xinapá que alegria, era mesmo uma oportunidade de ouro que não podia desperdiçar…

E assim foi, meti-me nesta grande bola de neve que é a Investigação em Portugal, da qual irei sair em Agosto de 2013, porquê? Porque acaba o projecto em que estou inserida… E depois? Depois a vida me dirá o que fazer, ou eu direi à vida o que ela vai fazer de mim… Logo vejo! Porque isto da investigação, meus caros, não é pêra doce! Ou se anda sempre em bolsas, nas quais não há subsídios (agora também já quase ninguém os tem), não há direito a fundo de desemprego no fim, podemos ser mandados embora a qualquer momento (sim, de um dia para o outro), só descontamos para a Segurança Social porque queremos e no entanto o montante só conta como tempo de serviço e não como valor para a reforma. Bom, não? Melhor, possivelmente, só se estivesse desempregada (ironia)! Entretanto há que enviar Currículos, sem tentar mentir muito (às vezes é necessário mentir, mas vamos lá noutro dia), gastar os dias de férias para ir às entrevistas quando as há e continuar na luta de (pelo menos) 15% dos portugueses que é a procura de trabalho neste pequeno sítio à beira-mar plantado.

Chamam-lhe o flagelo da sociedade, este drama que é o desemprego. Não senhor Primeiro Ministro, não é a oportunidade ideal para mudar de vida! Para dizer uma barbaridade destas é porque das duas três: Ou nunca esteve desempregado, ou quando esteve alguém o ajudou ou então já foi “vítima” do RSI. De momento não encontro outra opção válida, se é que existe mesmo outra opção. Por experiência própria muito pouco ou nada posso falar pois, mal ou bem, ainda era como se estivesse em casa dos meus pais e, mal ou bem mesmo, voltava para lá e largava a casinha alugada com mais de 50 anos onde estava (e estou). Mas o que é certo é que, se agora o dinheiro me chega até ao dia 30 ou 31, dantes não chegava e, por mais que tentasse, o meu dinheiro nunca foi ou é macho, não procria! Por isso, se na actual conjectura do país em que vivemos, eu ficar desempregada, vou ter que bater muito com a cabeça nos móveis (porque a parede é da senhoria e posso partir, fica-me ainda mais caro) para fazer com que o dinheiro estique ou então faço como o Ricardo Araújo Pereira (na sua Mixórdia de Temáticas) e vejo o que é necessário fazer para ir para a prisão, comidinha e duche à borlix! Ui ca coisinha mais boa!

Se me assusta o desemprego? Não me assusta, aterroriza-me… E sinceramente, já estou a pensar como será a partir de Agosto de 2013… Para já, vou tentando mudar a minha vida como tenho feito até aqui, cada vez com mais convicção!

PS - Lamento os posts enormes, mas começo a escrever e depois puff... Fica assim!

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