Eis o meu regresso!!
Ora então vamos lá dissertar sobre um dos temas que mais pesa na sociedade,
além da crise, do Pedro Passos Coelho (carinhosamente apelidado cá em casa de
Senhor dos Passos), da Troika, da Merkel e afins. No início deste blog eu era
uma pessoa desempregada, lembro-me de ter feito um post que era mais ou menos
como a minha vida em três parágrafos, no qual tinha nascido, crescido, estudado,
trabalhado e estava desempregada! É verdade, tinha 22 anos, prestes a completar
os 23, e estava desempregada… Felizmente foi sol de pouca dura. Cerca de um mês
e meio depois, e de uns 20 CV’s enviados, lá fui chamada para uma entrevista
(sim, apenas uma!) e fiquei com o emprego. Peço desculpa pelo lapso, emprego
não, TRABALHO mesmo! No início tudo era bonito do alto dos meus 600€ de
ordenado, finalmente estava a trabalhar e não era um estágio remunerado ou um
call-center (como tinha sido desde que tinha acabado a licenciatura de Bolonha).
Mas o que raio uma Engenheira Química (lamento, técnica de engenharia…
Bolonha apenas dá esse estatuto) faz numa empresa de metalomecânica?! Estranho
não?! Quem me mandou a mim fazer um estágio remunerado numa indústria
automóvel? Claro que só fui chamada para uma entrevista e logo em que empresa?
Numa empresa que actua na indústria automóvel, claro!! Cargo: Assistente de
Engenharia e Manutenção, que é como quem diz Secretária do Coordenador de
Engenharia e Manutenção. No início não me importava minimamente pois
considerava que a remuneração oferecida era mais que suficiente para o trabalho
por mim desenvolvido. Meus caros, o pior veio depois… Mais trabalho,
remuneração igual, descontentamento acrescido de trabalho na Universidade (lá
tinha eu de ser abelhuda e meter-me no mestrado) and so on! Dois anos volvidos,
tese acabada e apresentada e eis que surge a Bolsa de Investigação para Mestre
num projecto FCT que parecia ter sido feita para mim! Tema: quaaaassseee o da
minha Tese; Duração: 6 meses, prorrogável por 2 anos; Abono de bolsa: Um
aumento significativo pelo qual valia a pena mudar! Xinapá que alegria, era
mesmo uma oportunidade de ouro que não podia desperdiçar…
E assim foi, meti-me nesta grande bola de neve que é a Investigação em
Portugal, da qual irei sair em Agosto de 2013, porquê? Porque acaba o projecto
em que estou inserida… E depois? Depois a vida me dirá o que fazer, ou eu direi
à vida o que ela vai fazer de mim… Logo vejo! Porque isto da investigação, meus
caros, não é pêra doce! Ou se anda sempre em bolsas, nas quais não há subsídios
(agora também já quase ninguém os tem), não há direito a fundo de desemprego no
fim, podemos ser mandados embora a qualquer momento (sim, de um dia para o
outro), só descontamos para a Segurança Social porque queremos e no entanto o
montante só conta como tempo de serviço e não como valor para a reforma. Bom,
não? Melhor, possivelmente, só se estivesse desempregada (ironia)! Entretanto
há que enviar Currículos, sem tentar mentir muito (às vezes é necessário
mentir, mas vamos lá noutro dia), gastar os dias de férias para ir às
entrevistas quando as há e continuar na luta de (pelo menos) 15% dos
portugueses que é a procura de trabalho neste pequeno sítio à beira-mar
plantado.
Chamam-lhe o flagelo da sociedade, este drama que é o desemprego. Não
senhor Primeiro Ministro, não é a oportunidade ideal para mudar de vida! Para
dizer uma barbaridade destas é porque das duas três: Ou nunca esteve
desempregado, ou quando esteve alguém o ajudou ou então já foi “vítima” do RSI.
De momento não encontro outra opção válida, se é que existe mesmo outra opção. Por
experiência própria muito pouco ou nada posso falar pois, mal ou bem, ainda era
como se estivesse em casa dos meus pais e, mal ou bem mesmo, voltava para lá e
largava a casinha alugada com mais de 50 anos onde estava (e estou). Mas o que
é certo é que, se agora o dinheiro me chega até ao dia 30 ou 31, dantes não
chegava e, por mais que tentasse, o meu dinheiro nunca foi ou é macho, não
procria! Por isso, se na actual conjectura do país em que vivemos, eu ficar
desempregada, vou ter que bater muito com a cabeça nos móveis (porque a parede
é da senhoria e posso partir, fica-me ainda mais caro) para fazer com que o
dinheiro estique ou então faço como o Ricardo Araújo Pereira (na sua Mixórdia
de Temáticas) e vejo o que é necessário fazer para ir para a prisão, comidinha
e duche à borlix! Ui ca coisinha mais boa!
Se me assusta o desemprego? Não me assusta, aterroriza-me… E sinceramente,
já estou a pensar como será a partir de Agosto de 2013… Para já, vou tentando
mudar a minha vida como tenho feito até aqui, cada vez com mais convicção!
PS - Lamento os posts enormes, mas começo a escrever e depois puff... Fica assim!
Sem comentários:
Enviar um comentário
"Thank you, come again!"